A Rede RECORD que já tinha comprado os direitos de transmissão dos jogos olímpicos de Londres 2012 bem como o do Pan de Guardalajara 2011, acaba de adquirir também com exclusividade, os direitos para os jogos Panamericanos de 2015 (sede ainda não definida). Com isso, exceto as Copas do Mundo de Futebol de 2010 e 2014, os principais eventos esportivos do mundo estão nas mãos da emissora do Bispo Edir Macedo.
A principio achei interessante esta nova situação, pois em tese, quebraria a hegemonia da Globo neste aspecto, hegemonia esta que naturalmente acarreta em acomodação, muito embora hoje o numero de lares com acesso a TV por assinatura tenha aumentado bastante, e por sua vez o acompanhamento dos principais eventos possa ser feito pelos canais especializados, a grande maioria da população assiste à TV aberta, sendo assim as ações devem ser voltadas para a maior fatia deste bolo, sem contar que os esportes olímpicos precisam de visibilidade para atraírem anunciantes e patrocinadores, mais um motivo para se criar e executar um politica de acesso às modalidades em questão por meio da opção mais popular.
Relevante ressaltar que a Record já andou aliciando os organizadores e clubes participantes dos principais campeonatos regionais, no sentido de comprar os direitos de transmissão dos mesmos, oferecendo além de uma importância muito maior do que aquela paga pela Rede Globo, o atrativo e o compromisso de transmitir os jogos, especialmente aqueles realizados no meio da semana, em horários mais humanos e mais adequados a vida laboral dos trabalhadores em geral. O problema é que a Globo se valeu não só da sua prerrogativa de preferência como também do fato de que ela é credora de todos os grandes clubes brasileiros, que no aperto, antecipam as receitas oriundas da TV, perdendo assim por questões óbvias sua autonômia e poder de decisão.
Muito bem, vamos esperar e torcer para que a Record ao se lançar nesta empreitada, além de buscar um aumento de audiência que é sem duvida o objetivo principal de qualquer veículo de comunicação, tenha em mente uma politica de incentivo ao esporte, ou seja, que ela amplie ao longo dos próximos ciclos olímpicos e panamericanos, a cobertura de eventos esportivo em sua grade de programação, de forma que as ações não fiquem limitadas à cobertura dos jogos em si. Digo isto porque certamente, a Globo doravante não vai dar tanta ênfase a competições olímpicas, tipo, torneios de natação, meetings de atletismos, competições de ciclismo entre outros; pois é de se esperar que ela não queira dar destaque e projeção a elementos que componham um evento que não vai transmitir.
Sendo assim, a Record deve assumir esta postura incentivadora, caso contrário, de nada vai adiantar a troca, a coisa não pode se limitar a uma guerra de vaidades, onde os telespectadores não se beneficiarão em nada. Até porque não acredito que no fundo no fundo a Globo esteja lamentando esta perda, pois em razão do fuso, as principais disputas acontecerão no horário nobre aqui no Brasil, ou seja, justamente na hora das novelas e do Jornal Nacional, talvez para a Globo a situação em questão seja até um alivio. porque infelizmente, entre uma final de judô e um capitulo da novela das oito, esta ultima sempre tem uma audiência maior, lamentável. Mas quem sabe a Record mude isso? quem sabe um bom evento esportivo durante as olimpíadas possa superar as novelas? seria ótimo, pois revolucionaria os conceitos existentes até o momento em relação aos esportes olímpicos.
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